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Quais indicações e público alvo para o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) na rotina clínica dos atendimentos da ABS?
What are the indications and target audience for Atraumatic Restorative Treatment (ART) in routine clinical care in primary healthcare services?

Ano de publicação: 2022

Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) é uma técnica com ampla aceitação por crianças na terapêutica do atendimento, principalmente para pacientes com alguma dificuldade comportamental como pacientes não-colaboradores ou com alguma necessidade especial. De forma diferenciada dos tratamentos invasivos, preconizados por muito tempo, o TRA consiste na remoção do tecido que foi colonizado por agentes patológicos causadores da doença cárie, e na manutenção de tecido com condições de remineralização, sendo representado pela dentina afetada. Por não necessitar de equipamentos, é indicada, inclusive, aos pacientes que eventualmente se encontrem acamados, sem possibilidade de locomoção, institucionalizados e crianças em idade escolar. Dentes decíduos vitalizados, desde que tenham acompanhamento, também merecem esse tipo de abordagem terapêutica. O TRA pode, também, ser uma ferramenta útil para reduzir a prevalência de cárie em populações com alta susceptibilidade, até que o agendamento individualizado seja feito. Idosos podem ser beneficiados com o TRA, objetivando maior alcance ao restabelecimento da saúde, nessa população. De um modo mais pontual, a indicação clínica do TRA, e clássica, é para dentes decíduos. Porém, dentes permanentes também podem receber esse tipo de terapêutica.

Outras características se relacionam às indicações desse tipo de tratamento:

restaurações de classes I e II, pacientes com alto índice de cárie, quando da ausência de instrumentais que possibilitem outra abordagem, para condicionamento de pacientes infantis, especiais e idosos. Salienta-se que a indicação do TRA deva ser criteriosa, já que não atende a qualquer tipo de cavidade. Restaurações compostas devem ter sua indicação cautelosa, embora o TRA, nesses casos, não se configure como inviável. A situação ideal é que a profundidade da cavidade esteja bastante aquém da polpa e não haja sintomatologia clínica, mas existem relatos de êxito em casos específicos de pulpite com reversibilidade duvidosa e restaurações profundas.

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